A residência Maranhão está localizada, no coração de São Paulo, em uma das regiões mais altas da cidade, no bairro de Higienópolis. Área residencial da classe média-alta e famosa por sua arquitetura de várias tendências sendo também conhecida pela presença de relevantes instituições culturais. Higienópolis é um dos bairros mais agradáveis da cidade.
Higienópolis quer dizer “cidade ou lugar de higiene”. O curioso nome do bairro foi escolhido justamente por isso, foi o primeiro bairro a ter acesso a água encanada e esgoto. Largas avenidas, tranquilidade e limpeza caracterizam este bairro nobre. A Residência Maranhão com 200 metros quadrados, construída na década de 50, nunca passara por uma reforma, em seus mais de 60 anos de vida. O objetivo: ganhar amplitude e qualidade espacial em um apartamento cujo espaço não estava aproveitado. Foram derrubadas paredes e erguidas outras de modo a criar uma atmosfera contemporânea
em um prédio antigo.
Quem vive em apartamentos construídos há várias décadas, deve ter notado que os espaços eram estanques e segmentados. Os corredores fechados por uma porta; cada cômodo possuía uma e em alguns casos adotavam duas portas. Além disso, o critério era sempre a mesmo: quanto mais, melhor. Esta forma de projetar nos dava mais cômodos, mas escassos espaços de qualidade. Com o tempo, a arquitetura foi perdendo elementos e ganhando em riqueza. Os comportamentos e hábitos mudaram e surge a necessidade de criar espaços mais flexíveis que se adaptam às necessidades presentes e futuras.
Neste artigo vamos conhecer como foi reformado este apartamento de 200 m², com espírito livre e descontraído.
O arquiteto Maurício Arruda traçou uma série de layouts alternativos garantindo assim a flexibilidade dos ambientes. Este Loft integra cozinha, sala de estar, sala de jantar, uma biblioteca e até mesmo sala de bilhar. Tudo em uma grande área aberta, sem buscar uma estética parecida. Apenas as duas suítes, o lavabo e a lavanderia ficam separados. Para a decoração, podemos empregar o termo diferente: peças diferentes, estilos diferentes, cores diferentes, que podem contar a história de uma antiga propriedade e seus atuais proprietários.
Utiliza-se uma cor forte, o azul, que ajuda a melhorar a personalidade extravagante desse imóvel e contrasta com a alvura das paredes. Não tenha medo de misturas, como mostrado na imagem. Um pavimento de pedra de calçada termina no chão de madeira. Não temos uma porta ou parede que indique essa mudança, no entanto, nada está fora do lugar.
No espaço para lazer e diversão, a criatividade atingiu o limite. Peças de mobiliário com design moderno convivem com outras de estilo clássico, resgatadas e transformadas em antiguidades ou retro, segundo o olhar de quem as observa. Grandes janelas e a falta de partições permitem e favorecem a entrada da luz natural na habitação.
Podemos não estar habituados a ver projetos de design como este; projetos tão engraçados, aventureiros e despreocupados, que arriscam e ganham, conseguindo criar uma atmosfera acolhedora, pessoal e íntima, onde qualquer pessoa poderia se refletir. Um projeto que joga com os limites inimagináveis da criatividade. Embora a palavra eclética possa soar negativa a algumas pessoas, aqui temos um exemplo onde o ecletismo brilha mais forte do que qualquer outro estilo.
Que lhe parece esta reforma e design de interiores?